Ser Mãe - Para Carolina Paes Torres Mantovani

Formada pela FORP-USP, há 23 anos, fez pós-graduação - especialização (APCD); Mestrado e doutorado em Odontopediatria (FORP-USP); além de especialização em Acupuntura (IMES) e pós doutorado em Genética (FMRP-USP).  Como ela mesma afirma, recebeu a graça de ser mãe por duas vezes. Em 2008 nasceu Enrico e em 2011, Betina.

Carolina Mantovani  ressalta ter sido um grande desafio conciliar a maternidade e a carreira, mas seu desejo de ser mãe sempre foi latente e quando ela e o marido se sentiram preparados, não hesitaram, se tornaram pais.

“Meus dois presentes de Deus chegaram na minha vida em meio ao meu processo de amadurecimento profissional, passei pela maternidade durante grande parte da pós graduação”, comenta.

“Ser mãe para mim é o maior exercício de amor verdadeiro que alguém pode experimentar. As emoções que surgiram desde quando descobri que estava grávida do Enrico, são indescritíveis. Mais tarde quando chegou Betina, pensei que não iria saber amar “mais”, que não saberia partilhar o que sentia pelo meu primogênito com um segundo filho. Mas é tão fácil, tão maravilhoso, Deus me deu mais uma lição neste momento, de que amor verdadeiro se multiplica, não se divide e, rapidamente, sem dificuldade, descobri a plenitude de um amor maior, amor por dois, que aumenta a cada dia que vejo o amor fraterno que existe entre eles. É um amor (de mãe) alimentando o outro (amor de irmãos), se abastecendo, se sustentando, lindo de viver e de ver....

Hoje, com 45 anos de idade, sinto a plenitude do meu amadurecimento. Vivenciar a profissão que amo, que escolhi e tenho dedicado metade da minha vida a estudar e praticar uma Odontologia para crianças, somado ao ter me tornado mãe há 16 anos, me faz realizada profissional e pessoalmente. Tenho certeza que me tornei uma profissional melhor depois que vivi a maternidade. Em cada criança que atendo, tomo decisões e realizo procedimentos que estaria fazendo nos meus filhos e isto, com certeza, me tornou uma Odontopediatra mais humana.

Meus filhos hoje estão começando a adolescência e isto tem mexido um pouco comigo. O medo que sentia, se iria dar conta de ser mãe de duas crianças, tem se transformado em preocupação em como passar por esta etapa da vida deles, mantenho os princípios e valores humanos que temos ensinado, diante de tantos desafios que estão expostos neste mundo. Durmo e acordo pensando em como ajudar meus filhos a trilharem o “caminho do bem”? Como mantê-los e fazê-los seguir sempre os preceitos cristãos? Como eu, mãe, posso ajudá-los nesta fase a continuar sua formação humana para serem adultos íntegros?

São muitas dúvidas que fazem o coração apertar de vez em quando, mas ao mesmo tempo, o meu amor por eles me acalma e me faz ter certeza que só isto é capaz de me fortalecer para enfrentar esta nova etapa, mais um desafio de tantos que ainda virão. Ano passado senti o medo e o pânico de quase perder um filho, Enrico teve um acidente grave. Ainda me questiono muito sobre o que aconteceu, tentando entender a “lições” deste acidente, mas talvez uma das grandes lições que eu, como mãe tive, foi ter conhecido e sentido o amor de Maria, o amor maior da Mãe, que cuidou dele e o devolveu “inteiro” para mim. Foi um presente sentir como meu filho é amado e me conectar com o amor Dela por ele, foi lindo. Quero viver esta plenitude do amor materno em cada dia da minha existência, quero continuar sentir esta dádiva que é ter os olhos mareados, sentir o corpo arrepiar e palpitar o coração cada vez que alguém me perguntar como sinto em ser mãe do Enrico e da Betina. Obrigada meus amores, por tanto!!! Amo vocês “além das estrelas”....

Carolina Paes Torres Mantovani

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Publicado em 09/05/2023.