Matéria Científica: Convergência da Odontologia com a Medicina através da Tomografia Computadorizada
Autores: Dra. Ana Luiza Riul, Dr. Luis Fernando Jardim e Dra. Patrícia Jardim
A maioria dos desvios de septo é resultado de desenvolvimento anômalo e crescimento assimétrico do esqueleto facial, embora o septo nasal também possa se desviar devido a ocorrência de algum trauma. Pode haver desvios do septo ósseo, cartilaginoso ou uma combinação de ambos. Desvios do septo nasal sempre permitem hipertrofia compensatória da concha inferior contralateral, e às vezes da concha média.
O septo nasal pode se desviar de quatro formas mais comuns: desvio simples – desvio do septo para um lado sem menção de luxação da articulação condrovomeriana e sem formação de crista ou esporão, – desvio em crista – decorre da luxação da articulação condrovomeriana formando um ângulo diedro que pode ter início na espinha nasal e alongar-se até as áreas posteriores do septo, – esporão – projeção osteocartilaginosa pontiaguda formada na convergência da cartilagem septal, na parte posterior do septo –, e desvio misto – apresenta crista, desvio e até mesmo esporão conjuntamente. É o tipo de lesão septal mais comum.
Atualmente, a radiografia panorâmica é o exame complementar mais solicitado pelo cirurgião dentista previamente ao tratamento odontológico, pois permite a visualização de todos os dentes, processos alveolares, maxila, mandíbula, articulação têmporo-mandibular, seios maxilares, septo nasal, cornetos nasais, além de outros ossos da face.
A imagem por tomografia computadorizada é outro recurso tecnológico de grande contribuição para avaliação das estruturas ósseas dento-maxilo-faciais por ser um exame rápido, preciso e não invasivo. Na odontologia e medicina para avaliação das regiões de cabeça e pescoço ultimamente vem sendo usada a tomografia computadorizada por feixe cônico.
O caso a seguir retrata as diferenças da radiografia panorâmica com a tomografia cone beam para o diagnóstico do septo nasal e conchas nasais pelo otorrinolaringologista.
O exame radiográfico, convencional e digital, apresenta uma imagem bidimensional de estruturas tridimensionais, resultando em sobreposição de imagens e distorções de projeção das estruturas anatômicas (Imagem 2).
Já a imagem tomográfica não apresenta sobreposição ou distorção das estruturas anatômicas visto que permite reconstruções multiplanares e mensurações lineares e volumétricas. Por isso, a tomografia computadorizada é considerada “padrão ouro” em exame complementar de imagem para avaliação das estruturas da cavidade nasal e seios paranasais (Imagem 3).
Com o auxílio do programa Evol DX, utilizando a Reconstrução 3D Realistic para seios maxilares (Imagem 4) são obtidas as seguintes imagens para um diagnóstico mais fidedigno do otorrinolaringologista. Imagem 4 – Reconstrução 3 D Realistic – EVOL DX
Portanto, a tomografia computadorizada é considerada padrão ouro para detecção de desvios septais, já que ela reproduz as estruturas anatômicas fidedignamente sem distorções ou sobreposições de imagem.
Dose de Sabedoria por: Dra Ana Luiza Riul, Dr. Luis Fernando Jardim e Dra. Patrícia Jardim.
Publicado na Revista APCD Ribeirão Preto
Edição de março 2021.
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