Da educação para a indústria e comércio

Waldomiro Peixoto, há 36 anos atua no segmento da odontologia

Filho de agricultores, Waldomiro Peixilho de agricultores, Waldomiro Peixoto,oto, nasceu  em 1950 em família numerosa de 08 irmãos dos quais 06 sobreviveram, na pequena cidade de Ipuã, interior paulista, onde fez estudos primários e parte dos secundários. Em 1969 mudou-me se para Ribeirão Preto para concluir os estudos secundários, depois universitários e cursos de especialização em Língua Portuguesa e Literatura.

Lecionou por cerca de 20 anos, durante os quais foi migrando aos poucos da Educação para a Indústria, especificamente para o segmento fabril e comercial de equipamentos médico-odontológicos, a partir de 1979, estando nesta época casado, e com 01 filha. Trabalhou até o final de 1986 em chão de fábrica, em Ribeirão Preto.

No início de 1987 deixou a atividade fabril e passou a atuar na área comercial e de prestação de serviços, na região de Lins, Marília e Bauru, exercendo atividades de vendas e de assistência técnica, sempre voltadas para a área odontológica, nas quais atua até hoje. Em 2017, retornou a Ribeirão Preto e passou a fazer parte do time estruturado para implantar a marca Woson no Brasil e América Latina. Em síntese, são 44 anos atuando profissionalmente entre indústria e comércio, 36 deles com vendas e manutenção no ramo de equipamentos para a Odontologia. 

A seguir, falando sobre saúde, biossegurança, da Woson e das expectativas para 2024, entre outras abordagens, na íntegra as colocações de Waldomiro Peixoto. 


Revista APCD-RP: Durante este tempo você acompanhou a evolução da Odontologia. Quais os avanços mais expressivos ? Tem sido gratificante fazer parte dessa ciência tão dinâmica e evolutiva?
Peixoto: São duas perguntas. Primeiro, com o desenvolvimento da nanotecnologia e das tecnologias de informação (TI), muitos foram os avanços em todas as especialidades, porém, certamente os dois mais impactantes aconteceram no setor de diagnóstico por imagem e no de comunicação, com reflexo expressivo nas outras especialidades, porque tudo está entrelaçado. Aquela meia dúzia de procedimentos fundamentais que o dentista praticava no consultório no passado foi substituída por uma complexidade inusitada, impensável há cerca de duas décadas, e o profissional hoje é muito mais dependente de tecnologia para uma prática clínica moderna. Ciência e tecnologia têm andado de mãos dadas e, no vácuo de tudo isso, muitos conhecimentos novos surgiram, novas técnicas, um mare-magnum de materiais novos, novas formas de gestão, novo marketing, nova forma de se relacionar com o paciente e, cada vez mais, a saúde oral e a profissão odontológica ganham peso, relevância e espaço nos cuidados globais com a saúde. No segmento de bens odontológicos duráveis, onde tenho atuado desde os Anos 70, os conjuntos de equipamentos mudaram muito também. Hoje são mais completos, têm mais recursos técnicos e instrumentos à disposição dos profissionais... No bojo de tanta inovação, novas necessidades surgiram e continuam surgindo. Outro exemplo é no campo da biossegurança: houve muito avanço no conhecimento sobre controle de infecção, aperfeiçoaram-se os protocolos nos ambientes de tratamento da saúde mais focados em proteção para pacientes e profissionais, por consequência surgiram novas tecnologias – a exemplo das autoclaves a vácuo, novos materiais de embalagem, novos testes físicos, químicos e biológicos de aferição da eficiência dos controles de infecção – e novas práticas, todas indispensáveis nas Centrais de Materiais e Esterilização dos consultórios e clínicas. Existe uma evolução intensa e global em todos os sentidos, com mudanças muito rápidas, seja no mundo da ciência, pesquisa e conhecimento, seja no mundos de materiais e equipamentos, seja no surgimento de novas técnicas e softwares de diagnóstico e tratamento. Enfim, a Odontologia não para e anda a passos largos. E, para fechar, é claro que há muita satisfação em acompanhar tudo isso, porque quem atua nas atividades paraodontológicas também teve que avançar para acompanhar as mudanças. O mais satisfatório de tudo é que hoje a qualidade de vida e o bem-estar em geral das pessoas não se comparam com o que havia antigamente. Vive-se mais e melhor hoje. 

Revista APCD-RP: A Pandemia foi um período tenso? Que legado deixou?
Peixoto: Sim, porque quando foi declarada a pandemia pelos órgãos competentes tudo era novo. Não havia informação segura a respeito de praticamente nada. Abriu-se uma avenida escura na frente de todo mundo e todos tateavam em busca do caminho das pedras sem enxergar. Uma fase muito difícil para todos, indistintamente. E “democraticamente” a pandemia não deixou ninguém de fora, atingiu-nos a todos de forma muito impactante, mudando rotinas, hábitos e costumes em todas as classes sociais. Como legado, o instinto de sobrevivência sempre prevalece e as soluções possíveis foram surgindo numa velocidade espantosa em todos os setores deixando-nos todos atordoados com excesso de informações, muitas delas sem comprovação nenhuma. O “fique em casa” mudou tudo. Um exemplo foi o aparecimento das vacinas contra a Covid19 em tempo recorde na História, sendo aplicada na população com riscos parcamente calculados. Como estava morrendo muita gente, proteger a população não poderia esperar. Pesando riscos e benefícios, optou-se por aplicar a vacina apesar das incertezas. A consequência foi que avançamos 4 ou 5 anos em meses. Usando desta imagem, podemos dizer que a economia – só para citar uma das áreas das atividades humanas – teve que também se reinventar. O mundo ficou, de repente, muito mais conectado, as pessoas começaram a avaliar que havia uma interdependência entre pessoas, culturas e nações da qual tivemos de tomar consciência e o mundo da comunicação também se acelerou e empurrou-nos para um avanço muito mais veloz do que imaginávamos. É comum ouvirmos de especialistas que o que estava previsto, no universo das comunicações, para acontecer em 10 anos, em 3 tornou-se uma realidade, antes que a doença da Covid19, avassaladora em 2020, se tornasse, ainda em 2023, um assunto completamente resolvido. A Inteligência Artificial, que não é algo tão novo, apresentou-se no final de 2022 com uma nova cara e, em março de 2023, mostrou-se com uma força até então desconhecida. Certamente isso tem relação com os avanços das Tecnologias de Informação que sofreram um processo de evolução acelerada durante a Pandemia. Existe um mundo antes e outro depois da Pandemia. 

Revista APCD-RP: Neste contexto, a biossegurança tornou-se muito relevante. Como foi seu envolvimento sempre com foco nela?
Peixoto: Sempre acreditei que está equivocada a visão de investir em suntuosas estruturas de atendimento da saúde, com fachadas impressionantes, a mais avançada tecnologia, curso de especialização de praticamente tudo que aparece, e não cuidar de modo correspondente das ferramentas e protocolos de controle de infecção e biossegurança. Sem controle de infecção não há saúde que resista. Todos sabem que os ambientes de tratamento da saúde são vetores de infecção cruzada – e seu controle é mais que vital para a segurança dos profissionais e pacientes – e merecem a devida atenção. Penso que esta é uma causa nobre e a gente tem de gastar todos os dias de nossas vidas falando que é preciso ter cuidados preventivos com a saúde das pessoas, feito o ditado “água mole em pedra dura...”. E não podemos esquecer que, quando se fala em biossegurança, não se fala só em Sala de Esterilização, Protocolos, Equipamentos, Materiais e Testes, mas de planejamento da infraestrutura em geral, de forma a facilitar rotinas e procedimentos, a partir do momento em que profissionais e pacientes entram no ambiente de tratamento da saúde. A definição de biossegurança da ANVISA é muito feliz: ”A biossegurança é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”. Falar de biossegurança é falar de iluminação, combinação de cores, ventilação, ambiente asséptico, ergonomia, fluxo de materiais, circulação de profissionais e pacientes, estações de trabalho bem montadas e equipadas corretamente, infraestrutura de água, ar, esgoto, expurgo, salas de máquinas e tantos outros temas, inclusive controle de infecção propriamente dito. É, sem sombra de dúvida, uma causa nobre para defender a vida toda.   

Revista APCD-RP: Em período de pós-pandemia você, no papel de consultor técnico, tem alertado muito sobre a necessidade de cuidados para uma efetiva esterilização de materiais. Como tem sido o feedback dos profissionais?
Peixoto: De forma direta e declarada, praticamente nenhum. Vivemos em um mundo “infodêmico”, todos intoxicados de informações soltas no ar, sem critério. E sabemos que informação demais desinforma, por isso é imperioso ser seletivo. Então ninguém vai dar feedback direto porque a competição é alta e ninguém tem tempo para tanto. Mas eu acredito nos versos de Cecília Meireles sobre o poder e função das palavras: “Oh! Alto e baixo / em círculos e retas / acima de nós, / em redor de nós / as palavras voam. / E às vezes pousam”. Dito de outra forma, as palavras são como águias; não sabemos onde pousam, mas pousam. Alguém, em algum lugar, depois de ler o que escrevemos, poderá adquirir um pouco mais de consciência sobre a importância de praticar o “conjuntos de ações” mencionado acima, não importa quem, como, quando ou de que forma. Quando acreditamos numa missão, e nos empenhamos nisso, a revolução silenciosa acontece. Receber feedback não é relevante. Relevante é a educação continuada.

Revista APCD-RP: Tanta informação de grande valia para a preservação da saúde dos profissionais e pacientes deverá ser reunida em e-book para consulta dos envolvidos no processo?
Peixoto: Sim, existe esta pretensão, porque tudo sistematizado pode atingir um fim mais objetivamente. Não só em e-book, mas também no formato impresso mesmo. Ambos podem atingir públicos diferentes, então é uma pretensão que precisa se concretizar. 

Revista APCD-RP: A WOSON tem sempre o cuidado de preparar seus consumidores para melhor uso dos seus equipamentos?
Peixoto: Sim, enfaticamente sim! Nós, da Woson, acreditamos que tão importante quanto a tecnologia de produtos é a tecnologia de atendimento pós-compra. Acreditar sem agir é ter fé sem obras. Acreditamos e praticamos. A Woson adota um sistema vitorioso centrado em sua base, dentro da unidade fabril de Ribeirão Preto, que dá assessoria a qualquer comprador em qualquer local do Brasil ou América Latina em tempo real e encaminha as soluções imediatamente. Agilidade e resolutividade têm sido um compromisso Woson. Sabemos que nosso sistema está correto, ao ser atestado pelo alto índice de satisfação dos clientes que acreditam e investem na marca Woson. A fidelização do comprador depende deste trabalho bem-feito de pós-compra. Junto com este trabalho, existe a política de melhoria contínua, pois não existe sistema perfeito e todos os dias precisa de ser avaliado e aperfeiçoado. Por trás de cada aquisição de equipamento existe um projeto de profissão e de vida de alguém, com sonhos e aspirações e isso precisa ser respeitado. Cuidar de pessoas é compromisso e missão Woson.

Revista APCD-RP: Sempre presente nos principais eventos, quais serão as novidades apresentadas pela WOSON no 41º CIOSP?
Peixoto: Além dos ajustes dos produtos já de linha, sempre atendendo às sugestões de melhoria de nossos clientes, há os lançamentos em produtos destinados a diagnóstico por imagem, as novas parcerias e o investimento na Arena de Cursos que dá oportunidade de os congressistas assistirem a palestras rápidas sobre vários temas e terem contato com o que existe de mais novo na Odontologia através de conteúdos ministrados por professores e especialistas renomados, ensejando educação continuada, um compromisso Woson com seus visitantes. Ademais, o CIOSP é uma das mais importantes vitrines do mundo no segmento e novidades sempre são bem-vindas.

Revista APCD-RP: A Woson, há praticamente 7 anos atuando no Brasil e América Latina, tem atingido as metas propostas? 
Peixoto: Sim. E faz parte da cultura chinesa esse planejamento de curto, médio e longo prazos. Planejamento é algo que levamos muito a sério. As metas imediatas no mercado interno e externo foram todas atingidas satisfatoriamente, mas os desafios continuam. Existem as metas de médio e longo prazos que nos norteiam, para crescer de forma sustentável. Com responsabilidade e realismo, a Woson no Brasil é o centro de irradiação da política de melhoria contínua tanto comercial como em prestação de serviços de pós-vendas, desenvolvendo uma política de avanço tecnológico e capacitação de recursos humanos. E a unidade fabril em Ribeirão Preto avança dentro do planejado, cumprindo sua função social de gerar empregos e riquezas para nossa região e nosso país.

Revista APCD-RP: Há tanto tempo se relacionando com as entidades e a classe, hoje é fácil falar a linguagem do Cirurgião-Dentista?
Peixoto: Sim e não. Sim, porque a convivência nos ensina muito e é preciso ter olhos de ver e ouvidos de ouvir. Costumo dizer que devemos ser melhores em “escutatória” que de oratória para continuar aprendendo. E não porque as mudanças aceleradas trazem muitas mudanças na terminologia, então é preciso estar atento para não perder a sintonia com o mercado. Um exemplo é a especialidade de Harmonização Orofacial que encheu o mercado de novos jargões, do mesmo modo como aconteceu com o crescimento da implantodontia e da odontologia digital. A língua é a mais importante ferramenta de interação profissional e social, então, para comunicar bem, é preciso estar afinada e afiada. Somos eternos aprendizes.

Revista APCD-RP: Quais suas expectativas e projetos pessoal e profissional para 2024?
Peixoto: A caminho dos 74 anos, as expectativas e projetos são continuar trabalhando, colaborando e aprendendo com esta geração fantástica, mais nova que a nossa, nas mãos de quem os destinos da profissão e do país já estão colocados. E eu preciso registrar a minha certeza e confiança nos propósitos e no trabalho da Woson e de seus diretores, que conheço de perto e tenho sido parte deles. Eu sou, por essência, um otimista incorrigível, daqueles que acreditam que o ser humano sempre evolui para melhor, que acreditam piamente que a vida é maior e mais ampla do que aparenta. Considerando isso, gostaria de fechar nossa fala com as palavras de Hamlet a Horácio, na peça homônima de William Shakespeare: “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que supõe sua vã filosofia.” A vida não para; é preciso, com realismo, acreditar sempre que um mundo melhor e mais justo é possível.


Publicado em 22/12/2023.

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