Sinusite Odontogênica

Sinusite Odontogênica

O seio maxilar é considerado o maior seio paranasal, sendo o primeiro a se desenvolver e está localizado na maxila, na região entre as cavidades orbital e nasal. Apresenta uma forma piramidal com a base voltada para a parede lateral da cavidade nasal e o ápice voltado para o processo zigomático da maxila.

A inflamação da membrana sinusal que cobre a cavidade paranasal é referida como sinusite maxilar e sua origem é principalmente nasal. No entanto, em alguns casos, uma infecção dentária é um fator predisponente para o desenvolvimento da sinusite de origem dentária. A sinusite odontogênica corresponde aproximadamente por 10% a 12% dos casos de sinusite maxilar.

A proximidade das raízes dos dentes maxilares posteriores com o seio maxilar associada à presença de inflamação, infecção ou iatrogenias de origem dentária pode afetar a integridade do assoalho do seio. Além disso, o desenvolvimento de uma lesão periapical em dentes cujos ápices da raiz estão perto ou estendendo-se para o seio maxilar pode provocar alterações inflamatórias no revestimento mucoso e, posteriormente, o desenvolvimento de sinusite odontogênica.

Anatomicamente, os seios maxilares são cavidades ou compartimentos ósseos localizados dentro da maxila, acima dos dentes pré-molares e molares superiores, podendo se estender mais anteriormente até a região dos dentes caninos, porém não frequentemente. O seu surgimento se dá por invaginações da cavidade nasal, a partir do terceiro mês de vida intrauterina, atingindo sua maturidade entre 12 e 14 anos de idade, momento que coincide com o período de erupção dos segundos molares superiores permanentes. Pode ser comparado com uma pirâmide triangular cuja base está orientada para a parede lateral da fossa nasal e cujo vértice corresponde à apófise zigomática do osso maxilar (imagem 1).

Imagem 1 – Esquema anatômico do seio maxilar e relação com os ápices dentários

Os sintomas da sinusite de origem odontogênica são semelhantes a não odontogênica, como obstrução ou congestão nasal, dor ou pressão na face e dores de cabeça. No entanto, quando a origem é odontogênica, geralmente, estes sintomas manifestam-se em apenas um lado da face. Outros sintomas como dor nos olhos, gotejamento pós-nasal, mau odor e dor de origem dentária também foram relatados.

A tomografia computadorizada é um exame complementar de escolha no auxílio do diagnóstico das sinusopatias, uma vez que é possível visualizar a cavidade sinusal principal, o assoalho do seio, todas as suas paredes e o teto ou borda superior, permitindo a comparação dos dois lados e imagens de tecidos duros e moles e identificar o local exato da lesão e de eventuais defeitos na parede do seio, com isso, as informações são mais precisas.

Assim nas imagens a seguir permitirá a visualização do velamento do seio maxilar esquerdo e rarefação do periápice do dente 27 com destruição coronária (imagens 2 e 3)

Imagem 2 – Cortes oblíquos que mostram a alteração do seio maxilar (seta pink e sigla VSMr) e alteração no periápice do dente 27 (seta rosa e sigla ROPd 27 – nos cortes 123 ao 131).

Imagem 3 – Cortes em MPR (axial, coronal e sagital) -velamento do seio maxilar e descontinuidade do assoalho do seio maxilar e comunicação com a região periapical (seta roxa e sigla SCSr 27).

E para finalizar o diagnóstico por tomografia cone bem a partir das ferramentas do programa Evol, foi realizado a reconstrução 3D no realistic para seio maxilar (imagem 4).

Imagem 4 – Reconstrução 3D no Realistic Evol DX

Desta maneira, a tomografia computadorizada é um dos principais exames complementares, que auxilia os profissionais no diagnóstico de uma sinusite de origem odontogênica, sendo solicitada pelo otorrinolaringologista quando a causa de uma doença sinusal for desconhecida, ou quando não há remissão dos sintomas. É de extrema importância que haja uma relação interdisciplinar entre dentista, otorrinolaringologista e radiologistas médico e odontológico para que sejam realizados procedimentos que direcionem o caso para um diagnóstico e tratamento adequado.


Referência: NEVILLE, B.W.; ALLEN, C.M.; DAMM,D.D.; et al. Patologia: Oral & Maxilofacial. 2ª Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
 

Publicado em 29/11/2023.

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