Processo Estilóide
Alteração da anatomia radiografia: alongamento e/ou calcificação do Processo Estiloide
Artigo da equipe de radiologistas da Radiologia Odontológica Jardim: Dra. Ana Luisa Riul, Dr. Luis Fernando Jardim e Dra. Patrícia Jardim.
O processo estilóide é uma projeção óssea fina que se origina na porção inferior do osso temporal, medial e anteriormente ao forame estilomastóideo. Nele inserem-se os ligamentos estilofaríngeo, estilomandibular e estilo-hióideo. Seu comprimento normal é de 2,5 a 3 cm, e excedendo-se este tamanho, passa ser considerado alongado. O prolongamento a cima de 3 cm é considerado uma anomalia que pode ser acompanhada pela calcificação do ligamento estilo-hióideo e estilomandibular, podendo originar sintomas como dor craniofacial e cervical. (Imagem 1).
Os primeiros estudos do processo estilóide datam de antes do século XVI, porém Eagle, entre 1937 e 1949, estudando 200 casos, detalhou os sintomas da mineralização do complexo do ligamento estilo-hióideo/estilomandibular, que mais tarde caracterizaria uma síndrome com seu nome.
A etiologia desta síndrome é desconhecida, apesar da história prévia de trauma ser descrita como fator etiológico. O diagnóstico dessa condição requer conhecimento, cuidado e valorização da sintomatologia aparentemente inespecífica. A estilalgia é confirmada pela palpação da fossa tonsilar, infiltração local de anestésico e radiografia. O tratamento se dá por excisão cirúrgica intra ou extrabucal ou por terapia conservadora, apenas para alívio da dor, utilizando-se analgésicos, corticosteróides, e relaxantes musculares.
Destaca-se como sintomatologia: dor, usualmente unilateral, referida para a garganta, língua, olhos, terço médio da face, articulação têmporo-mandibular e ouvido. A dor pode ser contínua ou intermitente, sendo frequentemente descrita como surda e, mais raramente neurálgica. Os sintomas parafaríngeos incluem sensação de corpo estranho, disfagia, dificuldade de abertura bucal, dificuldade de fonação, sensação de queimação, inchaço de língua, parestesia, sialorreia, odontalgia e dificuldade de movimentar a cabeça. Sintomas auditivos como surdez e zumbido podem estar presentes, além de distúrbios visuais.
O exame radiográfico panorâmico é o método que possibilita a avaliação dos terços médio e inferior da face, inclusive das estruturas ósseas da articulação têmporo-mandibular e áreas de tecido mole adjacentes, é a técnica radiográfica extrabucal mais solicitada em Odontologia. O processo estilóide é visualizado posteriormente ao meato acústico externo, com trajetória descendente e para anterior. Quando alongado, frequentemente encontra-se projetado superposto ao ramo ascendente da mandíbula, sendo facilmente identificado.
Saad & Barros¹ ressaltaram que a maioria dos autores credita à radiografia panorâmica eficácia suficiente para avaliação do alongamento e calcificação do processo estilóide e ligamento estilo-hióideo. Neville et al. afirmaram que essas estruturas podem ser observadas em radiografia panorâmica ou lateral de mandíbula.
Em várias situações não se necessita de intervenção alguma para realizar o seu tratamento, porém nos casos mais leves em que o paciente faz queixa de dor existe a opção de fazer injeções locais de corticosteróides para aliviar o sintoma
Nas imagens a seguir (imagem 2) observa-se a alteração da anatomia do processo estiloide
Imagem 2 – Observa-se corte de radiografia panorâmica com ênfase das regiões posteriores e com alteração do Processo Estilóide.
Assim, o exame radiográfico panorâmico é o método que possibilita a avaliação dos terços médio e inferior da face, inclusive das estruturas ósseas da articulação têmporo-mandibular e áreas de tecido mole adjacentes, é a técnica radiográfica extrabucal mais solicitada em Odontologia.
A radiografia panorâmica é o método de escolha preferencial para essa observação, por ser uma técnica de fácil execução e de uso rotineiro, quando se pretende uma visão geral do complexo maxilo-facial, e, portanto, amplamente utilizada para esse fim no serviço público, o que justifica a escolha destas incidências radiográficas para esta amostra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Prasad KC, Kamath MP, Reddy KJM, Raju K, Agarwal S. Elongated styloid process (Eagle’s Syndrome): a clinical study. J Oral Maxillofac Surg. 2002;60(2):171-5. Saad PA, Barros JJ. Síndrome de Eagle. In: Barros JJ, Rode SM. Tratamento das disfunções craniomandibulares: ATM. Säo Paulo: Editora Santos; 1995. p.341-5. Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia oral e maxillofacial. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier; 2009.
Fonte: Blog Dose de Sabedoria
Publicado em 27/09/2023.
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