Osteotomia Sagital da Crista com Enxerto Interposicional - relato de caso clínico

Osteotomia Sagital da Crista com Enxerto Interposicional - relato de caso clínico

Quando há indicação de enxertia óssea para ganho de volume visando a colocação de implantes osseointegráveis, rotineiramente na clínica cirúrgica é realizada o enxerto autógeno em bloco tipo onlay (foto 1). Nesta técnica clássica, sempre existe um risco de perda de parte ou todo o enxerto pela reabsorção óssea. Esse processo é multifaltorial e pode ser ocasionado por problemas técnicos da cirurgia como falta de adaptação e estabilidade do enxerto, pressão de próteses sobre o enxerto, problemas metabólicos sistêmicos, entre outros.

Visando otimizar o ganho ósseo com mínima perda, em casos selecionados pode estar indicada a osteotomia sagital da crista com enxerto interposicional descrita por Chiapasco (2007).

No caso clínico realizado no curso de Habilitação em Cirurgia Reconstrutiva para Implantodontia da APCD-Ribeirão Preto, a técnica foi usada na região anterior de maxila (foto 2) e foi colocado enxerto ósseo particulado de área doadora de ramo ascendente mandibular (foto 3), utilizando para as osteotomias a serra sagital (Denstcler®).

A técnica pode ser realizada em cristas edêntulas, mas devem possuir tecido ósseo esponjoso suficiente, que permita as osteotomias da crista e duas verticais, com um plano de corte para realizar uma fratura em galho verde e afastando as tábuas ósseas vestibular e lingual/palatina (foto 4), posteriormente deposita-se o enxerto autógeno particulado entre estas tábuas (foto 5) também chamado de enxerto interposicional. A tábua vestibular não deve ser descolada, e sim dissecada deixando o periósteo aderido para permitir nutrição e reduzir a reabsorção óssea. A mucosa lingual/palatina não é descolada e colabora na nutrição da tábua óssea e consequentemente do enxerto interposicional. A sutura deve ser realizada cuidadosamente para evitar a exposição do enxerto (foto 6), fator que também pode comprometer o resultado cirúrgico.

Essa técnica minimiza a perda óssea pós-operatória, mas cuidados clássicos como desgaste e reembasamento de próteses parciais ou totais removíveis e restrição de seu uso, devem ser mantidos até cerca de 4 a 5 meses, quando são colocados os implantes osseointegráveis.

 

Referência:

Matteo Chiapasco, Eugenio Romeo: Reabilitação Oral com prótese implantossuportada para casos complexos. 1ª  edição. Editora Santos. 2007.


Jorge L. J. Liporaci Jr, Rafael S. Faeda,
Zelio Faeda, Rander M. Macedo
Equipe do Curso de Habilitação em Cirurgia Reconstrutiva para Implantodontia da APCD-Ribeirão Preto

APCD Ribeirão Preto
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