Sequência do artigo sobre ERGONOMIA E BIOSSEGURANÇA

Em foco a infraestrutura elétrica, hidráulica e pneumática

Sequência do artigo sobre ERGONOMIA E BIOSSEGURANÇA

Na sequência do trabalho sobre ERGONOMIA E BIOSSEGURANÇA, o tema deste número trata de infraestrutura elétrica, hidráulica e pneumática que, na edificação de clínicas ou consultórios odontológicos, não aparecem aos olhos do paciente e profissional. São, no entanto, responsáveis pelo correto funcionamento de equipamentos e tudo mais, fundamentais para o sucesso dos procedimentos clínicos. "As edificações que abrigam a prestação de serviços odontológicos se caracterizam pela intensa relação mantida entre suas funções e seus ambientes, definindo, assim, a infraestrutura necessária e adequada ao desenvolvimento de suas atividades." (Serviços Odontológicos - Prevenção e Controle de Riscos, ANVISA, 2006), abrangendo construções novas, ampliações e reformas. A principal Norma a ser seguida é a RDC 50:2002. Nosso foco aqui, no entanto, é exclusivamente sobre o ambiente e a instalação dos equipamentos odontológicos: consultório, CME e casa de máquinas.

ELÉTRICA: definir tensão 110 ou 220 volts de alimentação dos pontos. Calcular a potência (HP ou W) e o consumo de todos os equipamentos, eletros e iluminação para adequar disjuntores e fusíveis. A recomendação da fiação para equipamentos em geral é de 2,5mm e de 4,0mm para autoclave, compressor, bomba de vácuo e ar-condicionado, porém atentar para as orientações dos fabricantes de equipamentos. Tomadas dedicadas - absolutamente condenável o uso de adaptadores e benjamins ("T"). A rede deverá obrigatoriamente ter um bom aterramento, sobretudo por conta dos produtos eletrônicos microprocessados de alta sensibilidade a oscilações de tensão.  Prever chave geral ou disjuntores dedicados - ligados diretamente ao relógio de força e caixa de distribuição - para os produtos desligados durante a inatividade do expediente.

HIDRÁULICA: atentar para a potabilidade da entrada de água vinda da Rede Pública, conforme Portaria 518:2004 do Ministério da Saúde. Se necessário, colocar filtro na entrada da edificação. Recomenda-se prever reservatório de água compatível com a demanda de 2 ou 3 dias e planejamento de distribuição, preventivo no caso de faltar água na Rede Pública, com fácil acesso para higienização periódica. Considerar também a pressão de entrada da Rede Pública ou de saída do Reservatório até o equipamento compatível com as exigências mínimas para seu funcionamento. Prever registro geral para prevenir vazamentos durante os períodos de inatividade.

A tubulação do esgoto, no mínimo 40mm, com queda mínima de 1% para escoamento por gravidade da água, elemento condutor dos fluidos contaminados, até o ponto de saída (caixa de passagem para a Rede Pública), sem curvatura ("barriga") que possa provocar um efeito-sifão ao longo da tubulação. Não pode haver, em hipótese nenhuma, sifão ou caixa sifonada durante o seu percurso até a Caixa de Passagem para a Rede externa.

No consultório e bomba de vácuo (sucção de alta potência), a tubulação de água e de esgoto são independentes e seguem orientações específicas, tratadas logo abaixo. Ambas, por sua vez, são independentes da rede de pias, lavatórios, vasos sanitários etc.

PNEUMÁTICA: o ar comprimido é o responsável pelo funcionamento de turbinas de alta e baixa rotação, seringas, pontas de ultrassom, jato de bicarbonato, secagem de instrumentais e sugadores. Calcular o consumo de ar de cada componente. O bom funcionamento destes depende do dimensionamento adequado do compressor, da rede comprimida de distribuição, do volume (a distância e o trajeto da Rede entre o compressor e o consultório têm influência no diâmetro da tubulação) e pressão adequados que chegam até os pontos de consumo. A biossegurança do ar comprimido é outro desafio, do compressor à cavidade oral do paciente, e exige cuidados específicos: estar sempre limpo, isento de óleo lubrificante e quaisquer outras partículas. O compressor deve ser isento de óleo (não instalar compressor lubrificado a óleo em nenhuma hipótese para tratamento de saúde). Além de eventuais pontos de drenagem do condensado ao longo da rede (isso depende da distância e do circuito da Rede comprimida), recomenda-se um bom sistema de filtragem, coalescente e desodorizador, o mais próximo possível do consultório. O ruído do compressor pode variar de 60 a 85 decibéis, portanto local onde instalar, isolamento acústico e áreas afetadas devem ser considerados. O material da tubulação recomendado pela ANVISA são o PPR (polipropileno copolímero random) ou o cobre.

INSTALAÇÃO DA CAIXA DE COMANDO DO CONSULTÓRIO: depois de definida a posição da Cadeira, de acordo com o padrão internacional ISO-FDI, fazer as ligações para funcionamento do equipamento (cadeira, equipo, unidade auxiliar e refletor): esgoto, água, ar comprimido, elétrica, sucção de alta potência (bomba de vácuo) e comando elétrico da bomba de vácuo Na parte externa do consultório, em local preparado, fazer as ligações para funcionamento do sistema de sucção de alta potência (bomba de vácuo): sucção de alta potência, água, esgoto, elétrica (220 volts) e comando elétrico da bomba de vácuo.

 

Fonte: Revista APCD Ribeirão – edição 10/2022


Publicado em 20/10/2022.

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