Lentes de Contato odontológica

Artigo Prof. André Minto

Lentes de Contato odontológica

As facetas podem ser classificadas, indicadas e preparadas de diferentes maneiras, como por exemplo, de acordo com o material a ser utilizado (resina ou cerâmica), de acordo com o tipo de preparo ou desgaste a ser realizado no dente, de acordo com a condição dental e com o grau de escurecimento do dente, de acordo com a oclusão (mordida) do paciente, de acordo com a posição do dente no arco dental, de acordo com a necessidade estética, dentre outros fatores.

Nesse interim, é bom definirmos a diferença entre facetas e as ditas “lentes de contato dentais”, que nada mais são do que facetas de pequena espessura (entre 0,2 e 0,5 milímetros). Portanto, ambas são facetas. O termo “lentes de contato” foi cunhado porque, dada à pequena espessura, elas são extremamente translúcidas. Esse tipo de faceta ganhou um enorme status dentro da odontologia estética, apresentando-se como uma solução rápida para todos os problemas estéticos, sendo que nada mais é do que um procedimento de prótese, invasivo, na maioria dos casos.

Explico. Embora a recomposição da estética esteja entre as indicações para o emprego de facetas, observamos hoje em dia uma banalização do uso de facetas que, incorretamente, são utilizadas para corrigirem defeitos que poderiam ser sanados com métodos menos invasivos. Um claro exemplo disso é quando o paciente tem um ou dois elementos dentais com problema estético e decide confeccionar facetas em 6, 8 ou até 10 dentes sob a falsa premissa de uniformizar o sorriso ou a estética. Trata-se de uma extrapolação da técnica e que deve ser evitada e o paciente orientado pois, na esmagadora maioria dos casos, sempre há necessidade de desgaste dental, especialmente quando ao material indicado é a cerâmica. Há que sempre se considerar a real necessidade do procedimento. O desgaste ou preparo dental, visa criar espaço para acomodar a restauração, no caso a faceta.

O preparo ou desgaste só poderá ser relegado a segundo plano, quando a anatomia dental já estiver naturalmente reduzida como nos casos de incisivos cônicos ou conóides. Este entendimento é de suma importância, pois como se sabe, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.

Se em qualquer restauração, mormente nas facetas, o profissional aumentar o contorno dental inadvertidamente, gerando sobre contorno, haverá reflexos negativos sobre as estruturas de suporte e proteção do dente, tais como, inflamações e recessões gengivais, sangramento gengival, aparecimento de bolsas periodontais, alterações de forma gengival, cáries, perda de inserção dental etc.

Esses são princípios básicos da odontologia e que estão sendo muito negligenciados, especialmente nos dias de hoje, quando erroneamente se toma as facetas como um caminho para lucro certo e rápido.

FONTE: Revista APCD Ribeirão

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