Endo Days movimenta APCD Ribeirão

A Endodontia, ao longo de sua história, tem buscado um método mais rápido, eficiente e seguro para a limpeza dos canais radiculares. As técnicas utilizadas para instrumentar os canais radiculares passaram por muitas alterações nas últimas décadas. A introdução de instrumentos manufaturados com ligas de níquel-titânio, principalmente aqueles utilizados com auxílio de técnicas rotatórias, tem facilitado bastante os procedimentos de limpeza dos canais.

Apresentando um workshop sobre o tema “Upgrade na Instrumentação NITI com os instrumentos FKG” e outra apresentação no Endo meeting, sobre o mesmo tema, porém fazendo uma retrospectiva histórica de sua evolução, o professor Kleber Carvalho, compartilhou seus conhecimentos e experiências com público seleto da Endodontia. Promovido pela APCD-Ribeirão Preto, o evento gratuito, direcionado aos endodontistas e profissionais interessados na especialidade, trouxe renomados mestres e doutores da Endodontia, abordando temas relevantes e atuais.

O professor Kleber Carvalho fez um passeio pela história evolutiva do sistema NITI, mostrando as diferentes características do instrumento, destacando o produzido pela FKG, empresa especializada e referência em micro precisão de usinagem.

A liga de NITI, originada na década de 1960 para uso naval, foi apresentada, no final da década de 1980, por Walia et al como alternativa para a utilização do aço-inox na fabricação das limas endodônticas. A introdução desses instrumentos tem revolucionado a Endodontia.

De acordo com o professor Kleber Carvalho, a instrumentação NITI ´pode ser usada em 100% dos casos, variando, entretanto, o tipo de abordagem, no que se refere a característica do instrumento. Destaca ser a anatomia muito vasta e uma sequência pronta ou técnica de instrumentos únicos são eficientes num bom percentual dos casos clínicos, mas não em 100%.

“O profissional precisa ter um leque de opções de instrumentos para solucionar todos os casos”, salienta ele, acrescentando existirem no mercado muitas empresas engessadas no tocante ao diâmetro de tornear dos instrumentos.

“O mercado está saturado de muitos produtos instrumentais genéricos, não possuem 100% de qualidade desde sua manufatura até seu desenvolvimento técnico. Para escolher o profissional tem de se capacitar, participar de cursos, comparar os resultados, avaliar o custo benefício. Infelizmente de uma cultura onde prevalece a escolha pelo menor preço e não pela qualidade”, pontua o professor.

Embora tenha feito muitos tratamentos com limas de inoxidável, ambas proporcionam o mesmo resultado final, entretanto, o professor Kleber Carvalho, destaca que não voltaria atrás, com as limas NITI há um maior conforto, previsibilidade, a curva de aprendizado é menor.

“Não é mágica, tenho de fazer a tecnologia trabalhar a meu favor. Como clínico sou senhor do planejamento e do uso do instrumento. O instrumento não compensa nenhuma limitação pessoal. Os olhos não enxergam o que o cérebro não conhece”, frisa ele.

Sobre o instrumento em si, o alerta deixado pelo professor é: “o instrumento não é eterno, tem de valer o custo benefício, cumprir seu papel, no devido tempo, ser descartado e renovado”. 

Publicado em 15/12/2023.