Biossegurança

Orientações de Waldomiro Peixoto - consultor técnico da Woson. Toda edição um artigo

Biossegurança

O vácuo é uma pressão negativa gerada por Bomba de Vácuo que retira ar de dentro da câmara de inox e, quando abastecida, retira bolhas de ar de dentro das cargas embaladas e acondicionadas na bandeja para esterilizar.

O vapor saturado – também conhecido como vapor seco por conter menos de 5% (varia de 5% a 3%) de líquido em estado condensado e até 97% em estado gasoso – é gerado por um dispositivo – o Gerador de Vapor – instalado fora da câmara de inox, cuja finalidade é injetar vapor saturado dentro da câmara de inox quando esta estiver com pressão negativa.

Então, não esqueça, quando a autoclave é a vácuo ela não possui resistência imersa na água destilada dentro da Câmara de inox, porque o vapor é produzido do lado de fora pelo Gerador.

O ar parado é o melhor termo isolante que há, por possuir baixíssimo coeficiente de condutividade de calor. Portanto, onde houver ar ou bolhas de ar o calor não entra e, por isso não ocorrerá a esterilização. No início do ciclo de esterilização, quando a porta é lacrada, a atmosfera dentro da câmara de inox que envolve o material a esterilizar está na pressão ambiente e com 100% de ar. Para ocorrer a esterilização, primeiro o ar ou as bolhas de ar precisam ser retirados e substituídos pelo agente esterilizante, o vapor saturado.

Bomba de Vácuo e Gerador de Vapor operam sincronizados. Há um momento em que o vácuo dentro da câmara de inox, ao ter atingido um alto índice de pressão negativa, aciona um dispositivo e dispara a injeção de vapor. Neste momento, o vapor injetado penetra na carga acondicionada na bandeja e envolvida pelo vácuo.

 Em que momento, depois da injeção de vapor, começa a ocorrer a fase de esterilização? Quando a temperatura atingir 121°C e pressão positiva de 110 kPa (quilo Pascal), ou atingir 134°C ou 210 kPa.

 

Assim que a fase da esterilização começar, o agente esterilizante (vapor saturado) começa a agir dentro da carga e inicia a destruição (morte) dos microrganismos.

Portanto, se o vapor não alcançar o microrganismo protegido por bolha de ar, este não será destruído e o material, embora submetido ao processo de esterilização, não fica estéril. É bom reforçar: um material esterilizado é aquele que foi submetido a um processo de esterilização, mas isso não significa que ele ficou estéril se restarem microrganismos vivos inoculados nele por ter ficado isolado por bolha de ar.

A esterilização de um material embalado, por exemplo, deve ocorrer a 134°C e 2,1 Bar ou 210 kPa. Antes de entrar na fase de esterilização ocorrem 3 vácuos (motivo pelo qual são conhecidos como ‘pré-vácuos’). O primeiro vácuo elimina 70% dos 100% contidos dentro da câmara e cargas embaladas. O segundo vácuo elimina 70% dos 30% restantes. O terceiro vácuo elimina 70% dos 9% restantes chegando ao índice de apenas 2,7% de ar. Nestas condições, consideradas ideais, a fase de esterilização começa a acontecer.

Existe uma correlação entre temperatura e pressão com o tempo de esterilização. Eis porque a 121°C e 110 kPa, a esterilização pode ocorrer em 30 minutos e a 134°C e 210 kPa, a esterilização pode correr em 4 minutos.

Podemos considerar como diferencias da esterilização a vácuo: retirada mais eficiente de bolhas de ar das cargas embaladas; melhor penetração do agente esterilizante (vapor seco ou saturado); esterilização mais efetiva e mais segura; mais universalidade de materiais autoclaváveis; economia de tempo, de energia elétrica e de água destilada ou purificada; mais rendimento; secagem melhor e mais rápida; mais facilidade de manutenção da esterilidade das cargas envelopadas; mais racionalidade na gestão do material; mais segurança para profissionais e pacientes por conta do registro dos dados do processo de esterilização; e possibilidade de anexar ao prontuário do paciente.

Estes são alguns motivos pelos quais os profissionais que atuam com especialidades críticas preferem as autoclaves a vácuo com injeção de vapor. 


Publicado em 25/05/2023.

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