Artigo: as Terapias Tradicionais Japonesas

Renato Lima de Oliveira - terapeuta oriental destaca o Shiatsu que utiliza no seu tratamento os mesmos pontos da acupuntura, com uma diferença: não utiliza agulhas

Artigo: as Terapias Tradicionais Japonesas

“Ainda muito jovem me deparei com os “orientalismos” através do cinema hollyodiano, brinquedos, desenhos animados e na literatura. Mas a lembrança que mais me acompanhou desde da infância, foi a cultura japonesa. Depois de processos existenciais, passando pelas incertezas das escolhas profissionais que fiz, me deparei com as Terapias Tradicionais Japonesas (TTJ). Quando me lembro do encontro com elas, não deixo de acreditar que foi providencial, mágico, ou, como disse Tashima Sensei, meu primeiro mestre na arte da cura “que a minha hora tinha chegado”.

Sempre acreditei que os povos quando migram para outras “terras” não levam só os seus corpos e sonhos, também seu modo de vida, conhecimento, cultura. No primeiro navio que trouxe os primeiros imigrantes japoneses para o Brasil, Kasato Maru em 1908, vieram também os conhecimentos de cura como o Shiatsu, a Moxabustão, Seitai, acupuntura, Yuki e técnicas de diagnóstico de doenças através da análise ocular, pele e alinhamento dos corpos.

As três ondas migratórias para o Brasil, continuaram trazendo esse conhecimento milenar, que teve sua origem na Índia e na China, como mesmo diz Alice Rumi Fukunaga, que pesquisa a trajetória das terapias japonesas no Brasil “teve sua adaptação ambiental e cultural no Japão, passando por transformações, fazendo com que surgissem terapias que pudessem ser aplicadas ao contexto japonês”.

As terapias japonesas, durante décadas ficou restrita às suas comunidades que estão espalhadas em várias regiões do país, a região de Ribeirão Preto que possui uma das maiores, manteve essas práticas restrita ao ambiente familiar. Segundo Rumi Sensei, em Ribeirão Preto na década de 1970 alguns japoneses chegaram a sofrer ameaça de prisão por charlatanismo na prática de moxaterapia, talvez isso explique manter as práticas terapêuticas tradicionais sob a proteção da comunidade nipônica.

A partir da década de 1980 e com mais força em 1990, principalmente o Shiatsu passou a ser entre as Terapias Tradicionais Japonesas, ganhando visibilidade no Brasil e no mundo depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que as Terapias Complementares ajudam no tratamento de mais de duzentos e cinquenta enfermidades.

O Shiatsu utiliza no seu tratamento os mesmos pontos da acupuntura, com uma diferença: não utiliza agulhas, mas a ponta dos dedos, em especial os polegares e a palma das mãos para trabalhar os “tsubos” pontos que são zonas reflexas dos órgãos internos. Existem “escolas” de Shiatsu que trabalham com movimentos suaves dos membros, acompanhado da respiração diafragmática, que estimulam a circulação sanguínea e linfática, assim trabalhando os canais energéticos do corpo, esses responsáveis pelos órgãos e vísceras do corpo. Essa terapia japonesa, nascida na Era Meiji (1868-1912), conhecida como uma forma de tratamento alternativo para quem não poderia pagar um tratamento médico ocidental, também foi uma alternativa de trabalho para muitos deficientes visuais, sendo uma terapia de toque. Entre as várias patologias que o Shiatsu pode tratar podemos destacar: dores de cabeça, enxaqueca, lombalgias e outros problemas na coluna como a lordose, cifose e escoliose, problemas gastrointestinais e respiratórios, entre outros.


 
Renato Lima de Oliveira é terapeuta oriental, atende no espaço Shiatsu Hikari Omotenashi, em Ribeirão Preto.  Instagram @shiatsu_hikari_omotenashi - Contato: (16) 99455-8484
 

Matéria publicada na Revista APCD Ribeirão
Edição de agosto 2024. 


Publicado em 22/08/2024.

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