A importância do filtro hidrófobo bacteriológico para manter a esterilidade do material processado
Tão importantes como esterilizar corretamente é desenvolver meios de manter a esterilidade, destaca Waldomiro Peixoto

Na rotina odontológica, tanto esterilizar corretamente os materiais que você vai utilizar no tratamento de seu paciente como desenvolver meios para a manutenção de sua esterilidade são igualmente importantes.
"Entende-se como esterilização a eliminação das formas de vida microbiana viáveis" (Revista SOBECC, 2012). "Esterilidade ou nível de segurança é a incapacidade de desenvolvimento das formas sobreviventes ao processo de esterilização durante a conservação e a utilização de um produto." (Manual de Normas e Rotinas da CME da FAO-UFMG).
É importante lembrar que os profissionais de saúde tanto fazem "uso imediato" de materiais esterilizados, quanto os armazenam para uso posterior, o que, na segunda situação, pressupõe mais manipulação e transporte do material processado, daí a necessidade de medidas que protejam a sua esterilidade até o momento do uso.
Um processo de esterilização se dá através do calor úmido submetido à temperatura entre 121°C e 134°C, durante um tempo determinado pelas normas técnicas, respectivamente sob pressão de 110 kPa (quilo Pascal) a até 230 kPa, dependendo do programa de esterilização selecionado quando o equipamento tem este recurso. A regra é: quanto mais alta a temperatura e a pressão menor é o tempo em que o material a esterilizar fica submetido à ação de ambos no ambiente fechado da câmara de inox da autoclave.
Mas não para por aí. Antes de entrar na fase de esterilização, o equipamento passa pela fase de pré-aquecimento até a temperatura atingir o "ponto de ebulição" e começar a gerar vapor e pressão dentro da câmara de inox absolutamente lacrada, sem vazamento de nenhuma espécie. Para a geração de um vapor saturado de qualidade, a pureza da água destilada é fator imprescindível.
Vapor saturado de qualidade é aquele que apresenta índice de 95 x 5 até 97 x 3, ou seja, 95% a 97% de água em estado gasoso e 5% a 3% em estado líquido, para que ocorra a letalidade das formas viáveis de microrganismos, através da "desnaturação das proteínas da estrutura genética celular dos microrganismos, promovendo a sua destruição" (Revista SOBECC). Logo, um vapor com índice inadequado de saturação compromete inescapavelmente a qualidade da esterilização e isso tem relação direta com qualidade do líquido destilado.
Depois da esterilização vem a fase de secagem. Este é um ponto crucial para a preservação da esterilidade do material processado (vale ressaltar que autoclaves, cujos fabricantes afirmam que secam com porta aberta, não secam, isso por absoluta incompatibilidade técnica). Quando a secagem se dá com porta fechada, a autoclave tem um dispositivo que permite a troca de ar do ambiente interno da câmara de inox com o ar do ambiente externo. Nas autoclaves a vácuo este dispositivo é a bomba de vácuo, nas gravitacionais é um sistema de despressurização e exaustão.
HIDRÓFOBO BACTERIOLÓGICO
É exatamente no momento que acontece o processo de secagem que entra o importante contaminantes, uma vez que o tecido do envelope que protege os materiais esterilizados está ainda molhado ou úmido e passível de contaminação (a barreira efetiva somente ocorre quando o tecido estiver completamente seco). Pacote molhado ou úmido é pacote recontaminável e é neste estado que ele se encontra ao final da esterilização antes de iniciar a fase da secagem. Estivesse o pacote seco logo depois da fase de esterilização, desnecessário seria um processo de secagem, por óbvio!
As autoclaves de marca Woson, por exemplo, gravitacionais ou a vácuo, secam com porta fechada. Por conta disso, todas vêm com filtro hidrófobo bacteriológico para que o material empacotado - ainda em estado molhado ou úmido durante o processo de secagem - não corra o risco de contaminação. "Não basta garantir a eficácia do processo (de esterilização): são necessárias medidas que papel do filtro hidrófobo bacteriológico: admitir ar filtrado e isento de elementos evitem a recontaminação do artigo após o processamento, seja no armazenamento, no transporte ou durante a manipulação" (Revista SOBECC).
Na aquisição de sua autoclave não abra mão deste importante diferencial: tem que ter filtro hidrófobo bacteriológico com densidade do elemento filtrante de acordo com o que recomendam as normas técnicas. A manutenção e a garantia de esterilidade dos produtos processados e a segurança de seus pacientes agradecem!
Artigo de Waldomito Peixoto – Consultor técnico da Woson.
Publicado em 23/11/2023.

Cláudio Miyaki é o novo presidente do Conselho Federal de Odontologia - CFO
O cirurgião-dentista, especialista em Ortodontia e mestre em Odontologia, no comando do maior órgão representativo de Odontologia do país

42º CIOSP encerra edição com saldo positivo e ampla participação
Evento contou com mais de 26.500 lugares em cursos da grade oficial. Simultaneamente, mais de 3.700 lugares para palestras gratuitas nos estandes das empresas na feira comercial, um verdadeiro recorde

Conselho Nova Geração e Conselho Acadêmico da APCD-Ribeirão
Eduarda Martins Almeida é reconduzida à presidência do CONOGE e no COA foram reconduzidos Martina Martini como presidente e Leonardo Lombardi, como vice-presidente
(16) 3630-0711