A importância de aplicar teste Bowie-Dick em autoclaves a vácuo

Artigo de Waldomiro Peixoto - Consultor Técnico Woson

A importância de aplicar teste Bowie-Dick em autoclaves a vácuo

Nas matérias anteriores, você viu o que é e para que serve o teste-desafio B-D e, também, porque somente autoclaves a vácuo passam pelo seu desafio, comprovando sua eficácia na esterilização de cargas de alto desafio como são os produtos porosos, acanulados, têxteis e instrumentos rotativos, esterilizáveis apenas em autoclaves que operam com remoção forçada de ar (vácuo, conforme Anexo E, item E.2 da NBR ISO 17665-1) e injeção de vapor saturado.

Neste artigo, você vai saber por que o teste-desafio B-D é importante para as autoclaves a vácuo, classe B, de acordo com a Norma EN13060 e a recém homologada Norma NBR ISO11817:23. Suas finalidades são: 1) simular ou reproduzir cenários com produtos embalados de alto grau de dificuldade para esterilização, conforme acima, obviamente não recomendáveis para as autoclaves comuns gravitacionais 2) avaliar objetivamente se durante um ciclo de esterilização ocorre ou não a adequada remoção de ar de dentro da câmara de inox durante o funcionamento da bomba de vácuo na fase pré-vácuos (antes de entrar na fase de esterilização) 3) avaliar se ocorre ou não fuga de ar (perda de pressão) durante a fase de esterilização e 4) avaliar se o agente esterilizante (vapor saturado e injetado) penetra ou não nos pontos críticos do produto embalado a esterilizar. 

Bowie & Dick: Indicador Químico de Classe 2 em conformidade com a EN ISO 11140-4.

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O artigo 93 da RDC 15 diz textualmente: “É obrigatória a realização de teste para avaliar o desempenho do sistema de remoção de ar (Bowie & Dick) da autoclave assistida por bomba de vácuo, no primeiro ciclo do dia.” O pacote B-D deve ser colocado, neste primeiro ciclo diário, sozinho, sem nenhum outro tipo de carga acompanhando, no ponto mais próximo da retirada do ar, e submetido a uma pressão de 2,3 Bar ou 230 kPa, a 134°C, durante 3,5 minutos, com tempo de secagem de no mínimo 1 minuto.

Depois de submetido ao ciclo de esterilização, a qualificação da autoclave e do processo se dá quando constatada mudança uniforme de coloração no integrador químico tipo 2 localizado entre as camadas do teste, de acordo com a prescrição do fabricante do Teste Tipo B-D. Caso se constatem áreas com manchas de coloração mais claras e/ou esfumaçadas nas linhas escuras da folha-teste, isso indica falha no sistema de remoção do ar e falha na penetração do agente esterilizante (VAPOR) e a autoclave, neste caso, não pode e nem deve ser utilizada, pois não estaria qualificada para o processo. Ver artigo no último número da Revista APCD RP – Edição 341. Sempre oportuno lembrar que o profissional que interpreta os resultados não pode ser leigo, tem que ser um técnico preparado para interpretar corretamente as nuances e o que cada uma pode indicar.

Se os 4 aspectos estiverem dentro dos parâmetros, certamente a autoclave a vácuo testada e seu processo terão reunido condições técnicas para uma esterilização eficaz com quaisquer cargas autoclaváveis, desde que compatíveis com o equipamento, independentemente do grau de dificuldade que oferecer e o teste-desafio os validarão, transferindo segurança tanto para profissionais como para pacientes.

Por fim, sugerimos revisitarem os artigos a partir da edição 338 da Revista APCD RP, pois são conteúdos afins e se complementam.

 

Publicado em 29/08/2023.

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